3/11/2010

GUERRA E PAZ

Dos desejos nascituros

Embrião humano egoísta
Suga o mel e vida mãe
Foco de atenções de cuidados rei!

Impõe a dor e o choro luz
Um ouro berço, imagens, mimos
Interesses instintos de seios e colos

Dos prazeres emergentes

Mamilos, toques de línguas e beijos
Dedos manipulando corpo e malícias
Sonhos misturam sensações e cenas

Ereções espontâneas e aprendidas espelho
Coração batendo forte, ofegante, inocente
O aparecer família, amigos, universo emerge!

Dos pequenos domínios

Proto gangues de guris e maldades
Marcando como as patas levantadas de um cão
Pela vontade nata de ocupar, dominar!

Mini guerras, ora palavras, ora feridas
Desenham almas assassinas e submissas
Alicerces de grandes impérios e ruínas...

Do morrer por uma causa

Ideais, sinônimos de entrega vida!
Hordas de pensamentos uníssonos dissonantes
Expõe unas células extremistas de entrega

Fiapos perdidos no uniforme tapete mundo
Ora arrancados, ora queimados, ora perdidos
E a morte justifica o manter um plano uniforme!

Do guerrear bestial

Humanidade, competição perene de sombras
Ser melhor, maior, mais rápido, mais forte
Fortalecer as diferenças pelas autonomias, indivíduos!

Matar, morrer guerras, covardes e inválidos
Desenhar fronteiras, escravos de músculos e pensamentos
Razões perdidas, verdades mudas, gritos desesperos!

Da paz contemplativa

Espíritos isolados, iluminados ou sonhos
Desarmamentos, não-violência, orações, gritos de paz!
Passiva caminhada de convencimento ingrato e vazio...

Mover montanhas e mares mentais sem braços
Cultivar silêncios e doutrinas guetos tons pastéis
Mensagens perdidas aos deuses utópicos da paz eterna ilusão!

Do ódio interior

Conflitos mundo e espelho se confundem
Filhos, massas, desejos, compulsões...
A violência extravasa mundo, reflete espinho na pele

Caminho mais fácil explosão, o ódio re-edificante
Bater para não doer; agredir para não pensar, não aceitar
Um poço de vida vã, de dores de surras d’alma!

Dos padrões e tabus

Momentos de paz... grãos sementes de dor
Criando cancros de viveres distintos do liso tapete Homem
Um passo diferente, um tabu, uma rejeição, uma nova guerra!

Repetições de atos, de pensamentos, de fatos vida
Caminhadas mesma trilha valoriza mundo
Atropelando riquezas alternativas e olhares ousados!

Das escolhas e decisões

Trilhas surgem labirintos mentais e dúvidas
Desenhos caóticos de passos, pulos e paradas
Razões, guerras e emoções se imiscuem atos!

Rumos mudam ao pensamento mais planejado ou mesquinho
Impondo soluções, dores, mortes e guerras aos pares
Oportunidades de rever, redesenhar passados e futuros!

Das mortes e vidas

Perdas se solidificam e desfazem tempos e sonhos
Uma vida repleta de mortes e ressurreições
De guerras íntimas, amigos, amores e irracionais!

E todo o universo, ciclos de eternas mudanças
Onde matérias, energias, pensamentos destroem e constroem
Piscar de olhos, pulsações, orgasmos, perenes mortes e vidas...

[2009/fev/28]
 

[Leoonardo da Vinci - Batalha de Anghiari e Estudo de Embriões]

Um comentário:

Anônimo disse...

Complexo e lindo!

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