3/26/2010

... Palavras mortas...


Sons ecoam labaredas, espadas fincadas na alma
Coração arrancado em sangue escorrido nos pensamentos
Entranhas expostas ao vil apreciar dos olhares ímpios
Olhar de veias expostas das pressões dos rancores e ódios

Um corpo escorrendo pedaços calcinados de sonhos apagados
Músculos, fibras de sustento ser desmanchando lamas vermelhas
Ossos esmigalhados em inerte pó calcáreo se misturando areias
Tatear perdido em texturas de dores e tristezas mudas

Irreconhecivel resto mental e físico se perde no horizonte
Palco de futuros caminhos, descobertas e novas vidas
Alicerce vazio de experiências destruídas e esquecidas ao léu

Palavras mortas nas idéias e reflexões... nos travam a vida e o ser!
Perdão... nobre ato de egoísmo negado, ato de vingança ao imo
Compartilhar... elenco de vontades e energias desprezadas

                                                              ... Palavras mortas...

[17/Dez/2009]





[Henry Fuseli - 1781 - The Nightmare]

3/23/2010

Um Homem!


Observava atento aquele homem, em pé, à beira do lago, mirando o olhar ao horizonte, às árvores, ao céu e às nuvens, pensativo como se sua vida rodasse um filme mudo estático, sem notar minha presença.

Podia sentir sua respiração, repousada de uma corrida ou caminhada, de onde homem veio antes de postar, uma estátua, um totem ante o lago! A respiração traduzia uma satisfação pelas experiências vividas e uma serena ansiedade pelas que estão porvir!

Ouvia o eco de suas palavras mudas de satisfação íntima de  vida e energias novas, anunciando um renascimento ser, transformando cacos passados em discursos, esculturas e palácios de idéias, vidas e heranças concretas.

Movimentava os olhos, ora lentos em reflexões das lições aprendidas de estradas pedregulhos e prazeres idos, ora em rápidos zunidos decifrando novos mistérios, verdades e vontades. Olhar que espelha perspectivas ágeis, fortes, inéditas cenas de vidas presentes e futuras!

Suas mãos tateando o horizonte, moldando estradas e sonhos. Consigo ver esculturas de vida multiplicando um universo renovado, radiante, cheio de luzes, cheiros, toques e sons, um coquetel de sensações... com as mãos criando gestos e formas.

Sem notar, estava ao lado deste homem, eu criança, imerso em seus pensamentos, toques, olhares, sons e respiração! Percebo eu coração pulsando forte dentro deste homem! Um resgate infância em sua mais pura essência e natureza renascendo anos de espelhos quebrados e tempos dispersos em uma nova vida que inicia... eu!

[22/fev/2009]



[Lidija Ivanek (SiLa) - http://silaart.blogspot.com/ - My African Child]

3/17/2010

Amar...


Planava suave o olhar no horizonte, apreciando as ondas, vai e vem, as espumas escorridas a cada vaga, formando breves e inusitadas formas. Azul, verde, branco, as cores se alternando no calidoscópio mar, num verdadeiro museu vivo de obras de arte efêmeras e belas, obras de movimentos e forças como poucas manifestações fora o homem capaz de conceber em sua curta jornada de universo.

As ondas quebrando em gotículas numa nuvem borrifada de suor salgado, suor do mar que a todo momento se exercita agitado, dançando riqueza de ritmos e sons... uma orquestra de infinitos compassos e harmonias.

O mar... belíssima explosão de natureza... a cada olhar, tocar, cheirar, saborear, ouvir me apaixona, assombra, engrandece! Mais supremo que o sentir o mar simplesmente, é permitir ter a sensação do mar apaixonado ao teu lado. Compartilhar contigo toda a grandeza, imponência, beleza deste incrível pedaço de natureza. É ter contigo a comunhão do mar, de nosso amor, de toda esta intensa e forte emoção vida!

Amar...estar abraçado contigo, sentado sobre a pedra à qual o mar maliciosamente se expõe, despejando sua tez superfície, tocando escondido seu sexo às rochas, num orgasmo chuviscado imenso de gotículas e espumas... te amar!

[1999/jan]




[Li-Jiang - http://anniegallery.com/studio/ - Sea Waves]

Encontro...


Um mar calmo, suave, de pequenas ondas de brilhos...
Aves em bando de mundos a mundos...
Solitário viajante em rotinas, medos e curiosidades...
Barco solto primo aos climas e surpresas!

Ilha jovem, espontânea, vigorosa, pura!
Um fogo pulsando e fervendo nascentes e rios
Terremoto de paixao, cega, viva, forte!
Uma explosão de luzes e vida!

E a distância do barco a singrar mares
Uma passagem sorrateira àquela ilha... e o saber vida!
Retorno às águas distantes, silenciosas, mudas...
... lembrança diária da semente ser, ecos de duros sinos!

Tempos escoam a mente menino, que luta contra crescer!
Caminhada da vida converge sem volta ao crescer, amadurecer!
Mudanças... antes o aceitar, agora o promover!
Enfim um momento de força, vontade e coragem:
                                                                      um encontro!

[2006/set/09]


[Harmenszoon van Rijn REMBRANDT - c 1669 - The Return of the Prodigal Son]

3/16/2010

AMIGOS

AMar
AMarrar
AMadurecer
AMargurar
AMenizar
AMordaçar

  MImar
  MInistrar
  MIgrar
  MIsturar
  MÍnguar
  MIstificar

    IGuaria
    IGnorar
    IGualar
   "IGnotar"
    IGnificar
    IGnominiar

      GOstar
      GOzar
      GOlear
      GOvernar
      GOlpear
      GOrar

        OScular
        OStentar
        OScilar
        OStrar...
        OSsificar
        OScitar

AMIGOS
AMIZADES
AMÁVEIS
AMNÉSIAS

[2008/ago/05]

[Olga Fedorova - Friends]

P A verborrágico

P A mix inverno
fracto espelho dual fuso
prolixos verbetes


[2010/fev/02]
[Haiku em homenagem ao P A, grande misturador de palavras e idéias em prosa poética]


[paul Klee - 1914 - Remembrance of a Garden]

3/12/2010

...... AMAR .......


Viver é acordar e lembrar dos sonhos, 
                                     é dormir e descansar de um dia ativo!
Pensar é chafurdar nos conflitos da alma,
                                     é mergulhar nas lamas dos medos!
Aprender é abrir a mente às dúvidas,
                                     é acender as luzes nos breus da ignorância!
Errar é o prêmio da ousadia,
                                     é o desespero da insegurança!


Deprimir é celebrar não viver, é sonhar pesadelos acordado!
Meditar é silenciar no medo, é paralisar a alma nos conflitos!
Ignorar é fechar a mente nas verdades, é fechar os olhos na luz do sol!
Acertar é o prazer da mesmice, é a plenitude estática do repetir!


Sonhar, dormir, acordar, viver!
Pensar, conflitar, mergulhar, ter medo!
Acender luzes, duvidar, aprender!
Desesperar, ousar, errar!


...... AMAR .......

[2009/dez/29]
[Dante Gabriel Rosseti, 1864-68 - Venus Vericordia]



Futuro


Uma estrada
        vários rumos!
        remos de direções loucas,
                              perdidas...
        ramos de ventos pensamentos
                              ao léu, aos céus!

Um muro
        arrimo de dores!
        cores de vontades doídas,
                              apaixonadas...
        amores de tempos vividos
                              aos ventos, ao espelho!

Um sonho
        mar de mitos!
        moto verdades ocultas,
                              fantasiadas...
        matos de pensamentos floridos
                              ao coração, aos ralos!

[2009/mai/28]

 [Andrew Judd - Paint the future]

Jamais...



Jamais fale algo que possa se arrepender depois
Jamais faça algo que não gostarias que a ti fizessem
Jamais pense que tudo controlas ou sabes
Jamais brinque com corações e sentimentos

Jamais engane alguém, pois teu espelho terá se enganado antes
Jamais maldiga alguém, pois tua sorte terá se perdido antes
Jamais ignore alguém, pois teu olhar ao vento terá se confundido antes
Jamais ofenda alguém, pois tua coerência terá se desgraçado antes

Jamais jogue fora um carinho, alimento da alma
Jamais jogue fora um olhar, linguagem de sentimento
Jamais jogue fora um medo, pedido de ajuda e humildade
Jamais jogue fora um tempo, alicerce de vida

Jamais subestime um casulo, donde nasce uma borboleta
Jamais subestime uma onda do mar, que esculpe rochas e rochas
Jamais subestime um povo arrasado, sempre cresce mais densa cultura
Jamais subestime um homem no chão, seus braços podem ser teu colo!

[2009/mai/20]

[Caio Fernando Abreu: Fotografia - Casulo]

Dúvidas


Janelas fechadas, tampando sol e luzes
pensamentos de mudanças e passados
conhecer, descobrir, testar, mergulhar...

Portas fechadas, impedindo passagens
passos incertos, repetidos ou inovados
tentar, decepcionar, agradar, afundar...

Olhos fechados, enxergando só  mente
experiências vividas, novas e pessoas
refletir, avaliar, desistir, encarar...

Braços abertos, chamando vida e força
medos compartilhados, coragens e vontades
unir, apoiar, melhorar, crescer...
                              
                                               ...juntos?

[2009/mar/07]
[Ruth Rosengarten, 1988 - Embraceable you]

3/11/2010

GUERRA E PAZ

Dos desejos nascituros

Embrião humano egoísta
Suga o mel e vida mãe
Foco de atenções de cuidados rei!

Impõe a dor e o choro luz
Um ouro berço, imagens, mimos
Interesses instintos de seios e colos

Dos prazeres emergentes

Mamilos, toques de línguas e beijos
Dedos manipulando corpo e malícias
Sonhos misturam sensações e cenas

Ereções espontâneas e aprendidas espelho
Coração batendo forte, ofegante, inocente
O aparecer família, amigos, universo emerge!

Dos pequenos domínios

Proto gangues de guris e maldades
Marcando como as patas levantadas de um cão
Pela vontade nata de ocupar, dominar!

Mini guerras, ora palavras, ora feridas
Desenham almas assassinas e submissas
Alicerces de grandes impérios e ruínas...

Do morrer por uma causa

Ideais, sinônimos de entrega vida!
Hordas de pensamentos uníssonos dissonantes
Expõe unas células extremistas de entrega

Fiapos perdidos no uniforme tapete mundo
Ora arrancados, ora queimados, ora perdidos
E a morte justifica o manter um plano uniforme!

Do guerrear bestial

Humanidade, competição perene de sombras
Ser melhor, maior, mais rápido, mais forte
Fortalecer as diferenças pelas autonomias, indivíduos!

Matar, morrer guerras, covardes e inválidos
Desenhar fronteiras, escravos de músculos e pensamentos
Razões perdidas, verdades mudas, gritos desesperos!

Da paz contemplativa

Espíritos isolados, iluminados ou sonhos
Desarmamentos, não-violência, orações, gritos de paz!
Passiva caminhada de convencimento ingrato e vazio...

Mover montanhas e mares mentais sem braços
Cultivar silêncios e doutrinas guetos tons pastéis
Mensagens perdidas aos deuses utópicos da paz eterna ilusão!

Do ódio interior

Conflitos mundo e espelho se confundem
Filhos, massas, desejos, compulsões...
A violência extravasa mundo, reflete espinho na pele

Caminho mais fácil explosão, o ódio re-edificante
Bater para não doer; agredir para não pensar, não aceitar
Um poço de vida vã, de dores de surras d’alma!

Dos padrões e tabus

Momentos de paz... grãos sementes de dor
Criando cancros de viveres distintos do liso tapete Homem
Um passo diferente, um tabu, uma rejeição, uma nova guerra!

Repetições de atos, de pensamentos, de fatos vida
Caminhadas mesma trilha valoriza mundo
Atropelando riquezas alternativas e olhares ousados!

Das escolhas e decisões

Trilhas surgem labirintos mentais e dúvidas
Desenhos caóticos de passos, pulos e paradas
Razões, guerras e emoções se imiscuem atos!

Rumos mudam ao pensamento mais planejado ou mesquinho
Impondo soluções, dores, mortes e guerras aos pares
Oportunidades de rever, redesenhar passados e futuros!

Das mortes e vidas

Perdas se solidificam e desfazem tempos e sonhos
Uma vida repleta de mortes e ressurreições
De guerras íntimas, amigos, amores e irracionais!

E todo o universo, ciclos de eternas mudanças
Onde matérias, energias, pensamentos destroem e constroem
Piscar de olhos, pulsações, orgasmos, perenes mortes e vidas...

[2009/fev/28]
 

[Leoonardo da Vinci - Batalha de Anghiari e Estudo de Embriões]

Gaiolas da Vida



Aves piam, olhando atentas o som inundando a natureza,
a beleza calma dos amantes em seus beijos, o olhar saudoso
da idosa senhora que lentamente passava, as sombras das
majestosas árvores com suas folhas planando onduladas a melodia.

Um cantar distante, e as aves correspondem, reverberando
um uníssono convite aos céus para explorar paisagens,
jardins florestas, naturezas ricas de belezas e perigos, onde
razões e sentimentos se imiscuem num único desejo de comunhão de liberdade.

E o tombo, as asas esbarram gaiolas e grades ofuscando suas
índoles e crenças, impotentes aos ventos que esperanças, luzes
e mistérios trazem e levam distantes, encolhendo e inibindo
as mais intimas, puras e vivas vontades de livre voar!

[2009/fev/15]

["siafa" - Gaiola Aberta - tirado de http://siafa.arteblog.com.br/119826/GAIOLA-ABERTA/]

3/10/2010

Sonho engasgado


Cambaleantes idéias imersas em gelado oceano breu
Energias congeladas em seus rumos irradiados cegos
Sensações paralisadas numa imagem psicodélica pastel
Cólicas mentais em frustradas expulsões de pensamentos

O silêncio das caminhadas e a secura dos suores
Alimentos ingeridos e em sufocante rotina digeridos
Ar engasgado ecoa no ventre em vozes mudas e castradas
Amar retalhos de vontades e lembranças em densa névoa

Uma torcida platéia contemplando negativos votos
Uma borra esmagada de ser decorando sórdida arena vida
Um fio de sangue branco escorrendo o olhar que toca o chão

Em espasmos suspiros a esperança resquício de forças pulsa
Trovoadas ao longe e a própria voz repetindo cochichos estímulos
Um despertar pesadelo! Sentado à cama, mirando o espelho vida,
                                                                                 
                                                         em pensamentos!

[2009/jan/08]

 [Edvard Munch - O grito]

3/09/2010

Lua


Uma lua escondida, carregando em seu ventre um sonho segredo, mistério de vida e desejos... Óh! Lua escondida. No breu espias minhas faces róseas de lágrimas escorridas salgadas e árduas! Observas impávida meu corpo se arrastando pela noite sobre parcos brilhos estrelados, que mal me vislumbram os caminhos...  Óh! Lua escondida. Insensível traz ventos gelados e desaquecem minha alma. Silenciosa sepulta esperanças, realidades e vidas paralizadas pela tua ausência!

Uma lua sorrateiramente surge crescente, trazendo uma gota de energia à noite já desfalecidamente inerte... traz um tênue lampejo de luz esperança viva! Lua  crescentemente colo de alma esquecida ao solo... reerguendo sentidos e percebendo um universo bailando uma ária quase muda mas presente! Como brotos, folhas e cores de primavera, de uma lágrima seca a um sorriso primo, permeando a natureza de pulsares de energias lentamente acelerando! 

E cresce, e enaltece, e respira, e brilha, brilha, lua grande! Cheia de desejos e vontades explodindo às flores e às peles... Óh! Lua grande. Em seu semblante, desnuda o símbolo vigor de sua amazona cavalgando seu nobre feitor... espalhando este fogo e luz às mais íntimas partes dos personagens desta gigante tribo Terra... Óh! Lua grande. O sentir o chão, a mão e os céus imiscuem minha mente e corpo, galáxias e sonhos, erigindo constelações de prazeres, dizeres  e memórias...

Encolhe, uma lua desavisadamente silencia lentamente a orquestra, atenua as luzes e idéias, estéril deixa os olhos distantes a busca de um onde... E erode ações e esmaga decepções... Lua cansada, luta tentativa de adomecer e de deixar o mundo respirar tranquilidade. Lua de metódico compasso, esquecendo a incerteza e singularidade vida humana. Lua estéril adormece, carregando meu pensamento a um eco seco, perdido e mudo!

[2007/Mar/18]
 
[The dark side of the moon - Pink Floyd album]

3/05/2010

Sub humana condição


Corre gente, corre mente
Gira mundo, grita surdo
Sub humana condição

Ruas, viadutos, prédios se alternam
Hordas humanas atropelam, massas!
Robôs, carros, aviões se embaraçam
Distâncias e tarefas ligadas, toda hora,
                                                            toda hora!

Câmeras, chefes e polícias nos perseguem
Filas pra receber, pra comprar, pra descansar!
Cinemas, trabalhos , shows sem espaço
Hora de acordar, hora da reunião, toda hora,
                                                            toda hora!

Corre gente, corre mente
Gira mundo, grita surdo
Sub humana condição

Psicodélicas imagens criativas
Apressadas vidas loucas refletidas
Ecos de buzinas e cegas luzes
Coracão e enjôos palpitantes, toda hora,
                                                            toda hora!

Gentes números nascem e somem
Ciclos de aprender correr viver
Num momento os relógios páram!
Resta eterno espelho mudo, toda hora,
                                                            toda hora!

Pára gente, pára mente
Freia mundo, eco mudo
Sub humana condição

[2006/fev/22]
 
[Salvador Dali, 1931 - A persistência da memória]

3/04/2010

Vontades…


… as mãos escorrendo na pele de pêssego, exalando suor, perfumes e sexo. Olhos fechados, aromas e tatos se misturando à mente viagem imaginação! Pernas enroscadas num emaranhado nó, aquecendo, inflamando hormônios e pulsação acelerada! Ereto sexo molhado, gostos, lembranças, vontades, ansiedade, desespero!

Uma luz forte, gelada invade os céus e espaços, paralizando a mente, o coração, os desejos! Estática estátua, um corpo imóvel ao Sol, aos céus, ao leito! Uma estrada reta contínua, plana, de passos constantes e eternos... Oceano sem ondas, sem nuvens, sem pescadores de corações e almas!

Um coração rodemoinho caindo em tempos dilatados sem fim em si mesmo! Pulsando forte, fraco, mirando um foco preciso, mas camuflado em neblinas, ruídos estranhos, gostos e cheiros confusos, obstáculos de toques ocultos... Corpo de ossos, peles e carnes misturando mente e vida num incerto ser!

Desperto num lampejo!
Um pesadelo de um cochilo inesperado de um corpo cheio de força e vida, mas que pereceu por instantes... Um curto pesadelo, quiçá imaginação! Uma   breve parada do tempo dos deuses! Um lapso do universo! Um descuido momentâneo da orquestra vida! E o colírio de Baco e Minerva escorre uma lágrima feliz em meu rosto...

... e as mãos escorrendo na pele de pêssego...

[2006/set/10]

[ Hans Baldung Grien 1510 - Eve, The Serpent and Death]

Nação espelho

Túmulos, flores e histórias
Refletidos em faces paradoxas maduras
Desgastadas em desesperanças
Um povo guiado perdido pela história

Vagão de um trem rotina circular
transportando vidas, vontades e medos
Cigarros e destinos engolidos
Olhares esquecidos no tempo

Parques belezas plásticas estáticas
Trajes de gala desfilam... colírios
Veículos bailam um caos harmonioso...
Mirantes, obras de arte, riqueza!

Cristal multifaces perfeitas e ásperas
num estranho propagar confuso de luzes
traduzindo pessoas, sentimentos e passados
refletindo espelho uma nação!

[2006/out/11]

["Old Map" da Patagonia, Argentina]