… as mãos escorrendo na pele de pêssego, exalando suor, perfumes e sexo. Olhos fechados, aromas e tatos se misturando à mente viagem imaginação! Pernas enroscadas num emaranhado nó, aquecendo, inflamando hormônios e pulsação acelerada! Ereto sexo molhado, gostos, lembranças, vontades, ansiedade, desespero!
Uma luz forte, gelada invade os céus e espaços, paralizando a mente, o coração, os desejos! Estática estátua, um corpo imóvel ao Sol, aos céus, ao leito! Uma estrada reta contínua, plana, de passos constantes e eternos... Oceano sem ondas, sem nuvens, sem pescadores de corações e almas!
Um coração rodemoinho caindo em tempos dilatados sem fim em si mesmo! Pulsando forte, fraco, mirando um foco preciso, mas camuflado em neblinas, ruídos estranhos, gostos e cheiros confusos, obstáculos de toques ocultos... Corpo de ossos, peles e carnes misturando mente e vida num incerto ser!
Desperto num lampejo!
Um pesadelo de um cochilo inesperado de um corpo cheio de força e vida, mas que pereceu por instantes... Um curto pesadelo, quiçá imaginação! Uma breve parada do tempo dos deuses! Um lapso do universo! Um descuido momentâneo da orquestra vida! E o colírio de Baco e Minerva escorre uma lágrima feliz em meu rosto...
... e as mãos escorrendo na pele de pêssego...
[2006/set/10]
[2006/set/10]
[ Hans Baldung Grien 1510 - Eve, The Serpent and Death]
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